quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Reconhecimento de assassinos do metrô tem protestos e tiro

Primos que mataram ambulante em estação Pedro II foram reconhecidos pelas 14 testemunhas e deixaram a delegacia sob protestos.

Os dois suspeitos de matar ambulante no metrô de SP deixam o Delpom (Marivaldo Oliveira/Codigo19/Folhapress)

Os dois suspeitos da morte do vendedor ambulante Luiz Carlos Ruas prestaram depoimento à polícia nesta quarta-feira e se disseram arrependidos pelo crime cometido na noite de Natal, na estação Pedro II do Metrô de São Paulo. Uma multidão foi até a Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom), na estação Barra Funda, para protestar contra o crime cometido pelos primos Alípio Rogério Belo dos Santos, 26 anos, e Ricardo Martins do Nascimento, 21 anos. Houve tumulto e a polícia chegou a dar um tiro para o alto para conter os manifestantes. 

“Mesmo eles tendo cometido esse crime bárbaro, temos que preservar a integridade deles”, disse o delegado Rogerio Marques, titular da Delpom. Alípio e Ricardo foram reconhecidos por todas as 14 testemunhas e deixaram a delegacia do metrô no fim da tarde, sob gritos de “assassinos” e  “justiça”. Para o delegado, está claro que os dois foram os autores das agressões. “Não tem nenhuma dúvida. Mesmo o advogado de defesa é claro em falar que foram eles.”

Os dois alegaram que  agiram sob influência de álcool e foram encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML), antes de serem levados para o 77º Distrito Policial, onde permanecerão presos por até 30 dias. O prazo pode ser prorrogado por mais 30 dias.

Segundo o delegado, os presos tiveram que ser encaminhados para a Delpom, apesar de a unidade estar localizada dentro de um terminal rodoviário que integra metrô e ônibus e com grande aglomeração de pessoas, porque esta será a delegacia responsável pela investigação. “Se fosse feito em outro lugar, poderia gerar uma tese de defesa para os advogados dele”, disse Marques.

Os suspeitos contaram ao delegado a versão dos dois para os fatos ocorridos na noite de domingo (25). “Eles disseram que foram fazer xixi em um canto da praça, e os moradores de rua que ali residem foram roubá-los. Houve uma luta corporal inicial e eles tentaram fugir. Eles caíram no chão, mas conseguiram focalizar um deles correndo, que foi o momento que aparece ele correndo dentro da estação”.

Os suspeitos disseram ainda, de acordo com Marques, que o ambulante – que tentou defender os moradores de rua, que eram homossexuais – lhes deu uma garrafada. Segundo o delegado, a polícia ainda não tem as imagens das câmeras externas para analisar se houve algum registro do lado de fora da estação de Metrô.

Testemunhas do fato, no entanto, disseram à polícia que a confusão começou porque um morador de rua reclamou que os dois suspeitos estavam urinando no local. “Nenhuma testemunha fala da garrafada”, disse o delegado. Marques informou que, no entanto, um dos suspeitos, Alípio, apresentava lesões na cabeça, na perna e no braço.

O delegado disse que os depoimentos de ambos apresentam contradições. “Um fala que foram roubados celular, óculos escuro e outro fala que foi só dinheiro. O que eles concordam é que eles estavam bêbados e que houve uma agressão na parte externa e que eles apenas reagiram”.

Nenhum dos dois agressores tem passagem pela polícia, mas um boletim de ocorrência foi registrado, no mesmo dia, por um vizinho por perturbação. O delegado disse que os suspeitos disseram trabalhar com um tio, que é pedreiro.

Policiais em frente ao Delpom tentam conter os manifestantes na estação Barra Funda do Metrô (Ronaldo Silva/Futura Press/Folhapress)

Crime

Luiz Carlos Ruas foi espancado e morto às 22h25 de domingo, noite de Natal. Segundo testemunhas, o ambulante vendia salgados e refrigerantes do lado de fora da estação quando dois homens se desentenderam com ele e passaram a agredi-lo. O ambulante defendia moradores de rua, que também foram agredidos pelos dois suspeitos.

O vendedor tentou correr até a bilheteria da estação na Estação Pedro II do Metrô, mas foi atingido por vários golpes e caiu no local. Ele foi socorrido e levado a um hospital por agentes de segurança do Metrô, mas não resistiu aos ferimentos.

As informações são da Veja.com (Colaboração Agência Brasil)



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